Segunda fase de operação deflagrada pela Delegacia de Fazenda tem como alvo empresários do interior do Estado
A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) deflagrou na manhã desta quinta-feira (3) a segunda fase da operação Crédito Podre, que investiga empresas acusadas de sonegação de imposto no Estado. Na ação desta quinta, os alvos são nove empresários de Várzea Grande e do interior de Mato Grosso.
Inicialmente, a Delegacia identificou que os envolvidos sonegavam o ICMS com a emissão de notas fiscais falsas. Com isso, conseguiam pagar menos tributo e vendiam grãos a preço abaixo do mercado. O grupo, que tinha participação de servidores da própria Secretaria de Estado de Fazenda, chegou a sonegar cerca de R$140 milhões. O esquema aconteceu entre 2012 e 2017.
Segundo o site HiperNotícias, o delegado responsável pela segunda fase da operação, Sylvio do Vale Ferreira Júnior, informou que o esquema envolveu 30 empresas de fachada ou fantasmas. Com a sonegação, o rombo deixado no Cofre Público poderia ser investido, por exemplo, em 753 leitos de UTI, 938 viaturas policiais e financiado a construção de 72 escolas e 1.400 casas populares.
Os mandados de prisão desta manhã são para os municípios de Campo Verde, Rondonópolis, Sorriso, Primavera do Leste e Várzea Grande. Os acusados responderão por crime de falsidade ideológica, falsificação de documento,uso indevido do selo público, sonegação fiscal e organização criminosa.
Primeira Fase
A Operação Crédito Podre foi deflagrada no final de 2017, com a investigação das fraudes na comercialização de milho, algodão, soja, arroz, feijão, sorgo, painço, niger, girassol e capim. Segundo as informações, as empresas acumulavam os créditos do ICMS mas a falta de lastro financeiro não permitia que a Sefaz cobrasse as dívidas.
As investigações apontaram para 30 empresas de fachada, sendo que a maior parte não tinha registro no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ou funcionários registrados. Elas também não estavam instaladas nos endereços informados à Junta Comercial. No entanto, emitiram mais de 21,5 mil notas fiscais de operação de compra e venda de grãos, que atingiram mais de R$1 bilhão na transação. Ao todo, seriam mais de R$88 milhões de crédito de ICMS gerados.
Na primeira fase, 16 pessoas foram presas, sendo que o empresário Wagner Fernandes Kieling, sócio da Ápice Administradora, seria o chefe do esquema